sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Primeiras impressões e manutenção no Dell Inspiron 15 Série 3000



A Dell sempre produziu notebooks, digamos, interessantes. E sempre cobrou por eles um valor de acordo com a qualidade dos produtos que ela entrega. Só que de uns tempos para cá, a empresa texana tem apresentado alguns produtos que não tem me enchido os olhos. Diante disto, outro dia eu tive a oportunidade de colocar as mãos num Inspiron 15 Série 3000. Vamos ver como ele se saiu.

O hardware

Em se tratando de notebook, ele vem com o basicão que você vai encontrar em outros modelos do mercado. Seu conjunto é composto por um Core i3-4005U que entrega apenas 1,7 GHz, 4GB de RAM, leitor/gravador DVD e HD com 1 TB de espaço para guardar suas tralhas. Ou seja, é um notebook básico, que te entrega um desempenho mediano nas suas atividades mais cotidianas.

A tela foi a parte que mais me agradou. Confortável, apresentou um equilíbrio de cores muito bom e o brilho mesmo estando no máximo, não incomodou. O tamanho também é bem bacana, ideal para o pessoal que vai ficar trabalhando direto e não vai ter necessidade de aproximar a cara perto da tela, como nesses de 13 polegadas que são produzidos hoje em dia e querem se tonar tendência. Coisa tosca de mercado.

O teclado, que é completo e com as teclas numéricas, apresenta as teclas miudinhas, mas logo eu me acostumei. Tanto que parte desse texto foi digitado nele. A única reclamação nessa parte é a tecla Enter, muito pequena. O resto está de boa. Outra coisa que eu percebi enquanto utilizava para atividades de uso cotidiano foi que ele esquenta um pouco além do normal na parte de cima.
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Agora o plástico utilizado.... Não gostei dona Dell. O plástico com textura na tampa até é bacana e combina com a proposta, mas o plástico utilizado no restante do aparelho não me agradou. Ele tem uma pequena textura que é estranha ao toque e ela acumula sujeira, ainda mais na região do touchpad. Este, por sua vez, tem um bom tamanho e de textura mais suave. Apresentou um bom desempenho nas tarefas, porém seu sistema de múltiplos toques não se fez presente numa determinada parte do teste. Acho que eu acabei desativando ele durante os procedimentos e como o cliente usa mouse, eu acabei não me importando com isso em determinado momento.

As bordas do aparelho são bem retas, dá até a impressão que se você passar o dedo com força nelas poderá se tornar o novo Lula. A culpa, em partes, é da proposta e do design do produto. Por falar nele, o design arrancou tantos suspiros quanto o desenho de um tijolo. A LG, por exemplo, tem uma linha de produtos baratos que tem uma aparência bem mais elegante, além do plástico utilizado ser de melhor aparência. No geral, o dispositivo passa um ar de robustez e não há sinais de falhas de construção.

Sujeira acumula no local do touchpad

As bordas retas (foto retirada do site http://www.laptopmag.com)

Pepino

Antes de mais nada, preciso explicar o que me levou até essa máquina. Um dos meus clientes comprou essa máquina em março deste ano, e até hoje ela vinha funcionando normalmente. Porém, de uns tempos para cá, ela vinha travando a tela. Alguns curiosos já haviam dado uma olhada, mas ninguém conseguiu decifrar o enigma. Nem mesmo o suporte oficial da marca estava se entendendo com o produto. É nessas horas que me ligam.

O que estava travando a máquina era toda a utilização do disco rígido. Como o processador é patético em tarefas mais pesadas, o disco ficava muito tempo sendo utilizado em toda a sua capacidade até o molenga do processador dar conta de todo o serviço. Ou seja, ficava em 100% muito tempo, o que acabava travando a criança em algum momento.

O combo host de serviço local, antivírus da McAfee e Chrome simplesmente sugava os recursos da máquina. A Dell deveria tomar vergonha na cara e parar de empurrar esse antivírus moribundo e travador. Uma verdadeira porqueira. Outro cliente meu teve vários problemas por causa dessa porcaria. Se você comprar um Dell, se desfaça disso o mais rápido possível. Porém, as opções de desinstalar o antivírus e a Google entregar um navegador melhor estavam fora de cogitação, o negócio era trabalhar em cima do host serviço local. Sim, o cliente queria o antivírus e ele é quem manda. E ele que sofra as consequências da sua escolha.

Mandei atualizar o Windows e atualizei os drivers da máquina via software. É incrível como uma máquina nova tenha drivers desatualizados. Infelizmente é uma prática comum da Dell. Depois fui no msconfig e desmarquei todos os serviços que não eram da Microsoft (voltei e marquei o touch, lembram?), além de desabilitar os serviços desnecessários na inicialização da máquina. As coisas melhoraram um pouco, mas não o suficiente. Então eu fui lá em Serviços e desabilitei alguns serviços como o Update (deixei em manual) e o Search.

Não sei o que causam esses problemas do host que fica doido, mas os procedimentos adotados deixaram ele mais calmo e esse problema com o host de serviço é bem comum em todas as versões do Windows, em notebooks e desktops. Basta dar uma procurada no google e você achará várias “soluções” diferentes para o problema, embora ninguém saiba o motivo do descontrole. E que fique claro: não é exclusividade dos notebooks Dell, é com qualquer fabricante. É um problema que afeta o Windows em determinado momento. Acredito que há alguma atualização que amenize isso, mas nunca achei uma solução definitiva.

Não é correto ficar desativando serviços, muito menos os da Microsoft, para obter desempenho ou resolver um problema. Portanto, o melhor a se fazer é atualizar o Windows antes de qualquer coisa, atualize os drivers e posteriormente verifique o serviço de terceiros. Se nesse ponto o problema parar, é um serviço de terceiros que está dando problemas e você terá que ir ativando um a um até encontrar o problema. Por fim, se tiver algo ainda perturbando, aí é necessário intervir nos serviços da Microsoft e procurar uma outra solução para o problema.

Neste caso, as coisas melhoraram substancialmente, e mesmo não estando satisfeito, o cliente já estava conseguindo utilizar o computador. Era o que ele queria e eu consegui atende-lo. Pedi a ele que entrasse novamente em contato com suporte da Dell (que é competente) para eles ficarem cientes dos procedimentos adotados e que agendasse a visita de um técnico deles. A minha parte eu dei por encerrado, pois passei o veredicto, dei o meu relatório e parecer sobre o problema, além do computador está na garantia. Eles que se virem.

De noite, para ser exato eram 23:30, o cliente me liga e fala que o suporte da Dell tentou fazer um acesso remoto na máquina depois que eu fui embora. Claro que o notebook travou! Rimos bastante e ele me disse que agendaram um horário com ele. Não custava nada o técnico da Dell prestar atenção no relatório que eu deixei e seguir a minha sugestão de prestar um serviço presencial. Nunca aprendem.

Conclusões finais





O Inspiron 15 Série 3000 é um notebook de hardware bem modesto, indicado para quem vai trabalhar com coisas muito básicas, como acessar internet, trabalhar com o office entre outros. É um produto muito confortável, com boa ergonomia, mas peca na escolha dos materiais empregados na construção. O design é insosso, mas isso não é levado em consideração pelo público alvo desses dispositivos, que é o meio corporativo. No geral, não tem nada de errado com o produto, muito pelo contrário. Há vários pontos positivos numa máquina pensada para o trabalho, além do suporte da marca ser, disparado, o melhor que eu já tenha trabalhado.

Para esse tipo de computador eu até tenho algumas soluções no bolso para melhorar o desempenho, mas fica para a próxima.


Abraços

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Experimentando o Watercooler Corsair H45



Normalmente quando você compra um processador ele já possui um sistema de refrigeração à ar incluso. Porém, se o consumidor adquirir um processador mais parrudo ou com o TDP alto, como é o caso da série FX da AMD, muita das vezes os kits de refrigeração oferecidos pelos fabricantes, Intel e AMD, não dão conta de gelar o processador adequadamente quando ele é exigido ao extremo. Processadores voltados para altíssimo desempenho ou da linha entusiastas já não contam mais com os coolers de fábrica, ficando por conta do consumidor a escolha do sistema de refrigeração.

Portanto, este pequeno guia foi escrito pensando no consumidor que compra um processador de alto desempenho e/ ou TDP alto e que querem tirar algumas dúvidas em relação ao sistema de refrigeração do seu desktop.

Para o nosso exemplo, vamos instalar o watercooler H45, fabricado pela Corsair. A máquina que irá receber o dispositivo tem a seguinte configuração:
  • ·         Processador Intel Core i7 Devils Canyon 4790K 4.00Ghz – Turbo Booster de 4.4 Ghz;
  • ·         Placa Mãe Gigabyte GA-Z97X-SLI , LGA 1150 Intel, 3000MHZ ,Chipset Z97;
  • ·         Placa de Vídeo Gigabyte GeForce GTX 970 GAMING, 4GB GDDR5 256 bit;
  • ·         HD Seagate SATA 3.5´ 1TB 7200RPM 64MB Cache SATA 6Gb
  •    Memória Vengeance Corsair CMZ8GX3M1A1600C9, Capacidade 8 GB DDR3 1.600MHz, Configuração de memória Dual Channel (totalizando 16GB);
  •      Gabinete Thermaltake Commander G41 – Torre média;
  •      Fonte Corsair CX 750W.

Foto da máquina quando ela foi montada.


Essa máquina foi adquirida há quase dois anos e tem essa configuração porque a intenção do dono era fazer um RAID0 com SSDs e um SLI de duas GTX 970. Porém, como a máquina vem apresentando um bom desempenho e o Direct X12 vem decepcionando, o dono ainda não realizou as atualizações do hardware. Até mesmo o seu monitor teria que ser trocado para que ele aproveitasse o máximo da máquina, então ele achou melhor esperar.

A máquina veio fazer a sua visita anual de limpeza, verificação de softwares e do funcionamento do hardware. Quando a máquina foi entregue há quase dois anos, eu fiz os testes de temperatura e não havia constatado nenhuma anomalia. Estava ok e pronta para o crime.

Só que dessa vez percebi que, quando o processador é exigido ao máximo, o sistema simplesmente abaixa a frequência do processador para que a temperatura não ultrapasse os 100 graus. E isso não é o que nós queremos, queremos desempenho máximo em todas as situações possíveis. Era hora de dar um up na refrigeração.

Dei duas opções para o cliente: Cooler Thermaltake Frio Silent 12 ou o Watercooler Corsair H45. Depois de analisar muitos testes, acabai por decidir pelo watercooler porque esse sistema consegue manter temperaturas mais baixas que o cooler a ar mencionado. Embora a primeira opção seja de excelente qualidade, ele é um pouco mais caro. O H45 aguenta até 95 Watts. Além disso, não faremos nenhum tipo de overclocking, então não era necessário comprar um watercooler mais parrudo, como H60 ou H100 por exemplo.


Analisando o H45

A Kabum sempre muito caprichosa. Comprei uma pasta térmica, mas não foi preciso usá-la.


Visualmente falando, o H45 tem boa qualidade de construção. Suas mangueiras são de borracha e bem maleáveis, aceitando algum tipo de torção. Já o radiador eu achei meio frágil e a ventoinha é feita com um plástico de boa qualidade e não apresentava rebarbas. Outra coisa a se levar em conta é o seu tamanho compacto, quando comparado a outros watercoolers mais robustos. Mesmo assim, antes de comprar, veja se o seu gabinete aceita ventoinhas de 120mm.


Instalação

A instalação é bem fácil e não requer a retirada da placa-mãe se a bandeja do seu gabinete tiver uma abertura atrás do local do socket do processador. Mas o ideal é retirar a placa de dentro do gabinete e instalar a peça, que se chama back plate, que vai servir para você aparafusar o resfriador.
Em cima desse resfriador vai uma outra peça, a Mounting Bracket. É essa peça que recebe os parafusos de fixação.



Jogo completo de peças do kit. Serve tanto para processadores Intel, quanto AMD. O Montaing Braket são essas peças pretas na parte de baixo da foto. O da Intel é da esquerda, A outra é para processadores AMD.

O back plate é colocado atrás da placa-mãe 

Ponto aonde será fixada a Mountaing Bracket


Porém, antes de fixar o resfriador, o ideal é que você prenda o radiador no gabinete. E nessa parte o trabalho deu o ar da graça. Como o gabinete do cliente é um Thermaltake, o infeliz do radiador não cabia na parte superior do gabinete, restando apenas a parte de trás para a instalação. Poderia ter optado pela instalação de dupla fan (que se chama push and pul), mas como são ventoinhas de marcas diferentes, eu achei melhor manter a original no radiador e subir com a fan do gabinete, instalando ela na parte superior. Como o gabinete tem outra fan na parte da frente jogando ar frio para dentro, a ventoinha do radiador e a outra fan fazem o papel de exaustor.

Coloque o radiador primeiro antes de fixar o resfriador.


Com o resfriador no lugar. A fan que acompanha o gabinete esta logo acima.

Vista geral do gabinete.


Um detalhe que vai deixar doido quem tem síndrome de TOC e fica olhando para dentro do computador que tem tampa de acrílico, é o símbolo da Corsair que fica em cima do resfriador. Para deixar as mangueiras na forma mais natural possível, sem fazer nenhuma pressão nelas, eu instalei o resfriador de “cabeça para baixo”. Fiz os testes com o gabinete em pé e deitado, para ver se isso afetaria o desempenho do sistema, mas nada foi constatado.

Os testes

Por falar nisso, vamos comentar como foram os testes. Para estressar o processador, utilizei o CPU-Z e Cinebench 15, enquanto que para medir a temperatura, foi utilizado o HWMonitor. São programa simples e que qualquer um pode baixar. A temperatura ambiente era de 25 graus e na “Opção de Energia” do Windows, selecionei a opção “Alto desempenho”. Também utilizamos a GPU do processador, e não a GTX 970. Vale lembrar que esses testes servem apenas como referência e não devem ser levados para o lado científico da coisa.

Pois bem, com o processador entregando 4,39 Ghz (no gerenciador de tarefas marcava 4,32 Ghz) no modo ocioso, a temperatura ficou estáveis 30 graus com o Corsair H45. Com o cooler padrão da Intel, ele marcava 50 graus. Ou seja, logo de cara, tivemos um ganho de 20 graus.

Esqueci de salvar uma imagem com o cooler padrão no modo ocioso. Essa imagem já é com o H45 instalado


Quando ligamos os programas de estresse o ganho foi ainda maior. Com o cooler padrão Intel, o i7 4790K ficou na casa dos 100 graus e não entregava a força máxima, pois o sistema diminuía a frequência, entregando um pouco mais de 3Ghz. Já com o sistema da Corsair, o processador apresentou 100% de uso de todos os seus 4 núcleos, com frequência máxima, e a temperatura oscilava entre 70 e 80 graus. Portanto, manteve os 20 graus mais baixo, mas entregou todo o potencial do processador. Só que existe um pequeno problema. A danada da fan da Corsair fala alto demais quando se exige 100% do processador, e isso pode incomodar algumas pessoas. Quando está no modo ocioso, a “turbina” não se faz presente.

Com o cooler padrão. Observe a frequência.

Temperatura batendo nos 100 graus com o cooler padrão



Temperatura na casa dos 80 graus com o H45

Processador entregando toda a frequência possível



Conclusão

Se você tem um processador com um TDP de até 95 Watts e deseja comprar um novo sistema de resfriamento, o Corsair H45 deve ser levado em conta. Além de apresentar um desempenho satisfatório nos testes, diminuindo a temperatura em torno de 20 graus (ou mais) quando comparamos com o sistema padrão, o H45 tem um bom custo x benefício. No Kabum ele pode ser seu por R$ 189,90 a vista, sem o frete, e comprando de madrugada, quando há promoção. O problema é que, quando se exige o máximo do processador, ele faz muito barulho e isso pode incomodar algumas pessoas. Vale lembrar que fizemos os testes com um i7 entregando mais de 4 Ghz e que com outros processadores o resultado pode ser diferente.

Não poderia deixar de mencionar que, mesmo durante os testes de estresse, eu pude continuar utilizando o computador normalmente. Isso porque o i7 4790K é um monstro e sequer demonstrou que estava 100% ocupado.

Abraços